INFORME POLÍTICO | ROBERTO AZEVEDO
Pavan e os militares
Dividido entre assumir a interinidade do governo em janeiro e a repercussão da denúncia da Operação Transparência, da Polícia Federal, feita pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça, o vice-governador Leonel Pavan tem um problema administrativo prático para discutir na semana do Natal: o abono aos mais de 1,2 mil oficiais da Polícia Militar e dos Bombeiros Militares. Pavan coordena o grupo de Segurança Pública do governo e reassume a agenda de compromissos oficiais externos justamente em meio ao debate em torno do abono de R$ 2 mil.
O Centro Administrativo implementa a medida para atender a convulsivas reações do oficialato diante da concessão do benefício aos delegados de polícia. Os encaminhamentos que serão dados na reunião, onde estarão os secretários Antônio Gavazzoni (Fazenda) e Ronaldo Benedet (Segurança Pública) e os comandantes-gerais, são muitos. Fala-se em medida provisória para acalmar os ?quepes na mesa?, que teria validade imediata e seria oficializada com o reinício das atividades na Assembleia em fevereiro.
Descartada, por ora, uma improvável convocação extraordinária ou autoconvocação do Legislativo. O momento vivido entre os oficiais e a reação do governo são assuntos tão fortes quanto a decisão de Pavan em manter ou não o acordo para assumir as rédeas do Estado antes da renúncia do governador Luiz Henrique.