A verdade sobre os bombeiros, por Zelindro Ismael Farias*

A verdade sobre os bombeiros, por Zelindro Ismael Farias*

 

Ao ler o artigo “Os bombeiros militares custam 40 vezes mais”, de Jordi Castan (23/4, Você Leitor), me obriguei a esclarecer algumas questões. Primeiramente, o bombeiro militar de Santa Catarina não pertence à Polícia Militar. Foi emancipado por via da emenda Constitucional 033/2003. Portanto, as críticas no sentido de subserviência à PMSC não fazem qualquer sentido. Defendo os bombeiros militares, sem desmerecer os bombeiros voluntários. Ambos possuem uma ficha de bons serviços prestados.

Na Alemanha, os bombeiros voluntários são unidade de primeira resposta, instalados nas aldeias, distritos, supervisionados por bombeiros profissionais (BerufsFeuerweher), tanto na formação quanto na atuação. Aos bombeiros voluntários somente é permitido o combate externo nas edificações. O combate interno, socorro em acidentes e atividade técnica de prevenção somente os profissionais podem desenvolver porque dessas atividades decorrem responsabilidades civis inerentes ao poder de polícia, que é indelegável e somente o Estado pode. Na Alemanha, os bombeiros voluntários atuam no mais amplo sentido da palavra, diferente daqui. Pois muitos têm vínculo empregatício.

Quanto aos custos, se trata de uma falácia dizer que os voluntários são mais baratos que os militares. Não podemos comparar estruturas diferentes. Quanto pode custar um bombeiro voluntário aos cofres públicos? Isso caso venha a mover uma ação trabalhista por periculosidade, insalubridade e horas noturnas.

Defendo os voluntários. Porém, esses devem ter garantias e condições de trabalho, com seguro de vida, seguro contra acidentes e de responsabilidade civil. Garantia de atuarem apenas como força de primeira resposta, uma vez que de romantismo ninguém vive. Os locais de incêndio e resgate a acidentes são áreas de risco à vida do socorrista, suscetíveis a contrair doenças contagiosas e acidentes que podem lhe custar a vida.

Depois de tudo que foi dito, o importante é afirmar que existe espaço para todos, devendo as partes se despirem de vaidades e cada qual saber a sua posição.

*Oficial da Polícia Militar de Santa Catarina, bacharel em segurança pública

 

 

FONTE: Jornal “A Notícia”.

            28 de abril de 2012. | N° 1477

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