PRINCIPAIS NOTÍCIAS DE 8 DE JANEIRO
COLUNISTA RAFAEL MARTINI – Diário Catarinense
Matança
Foi assim com a BR-101 norte, depois com a 101 sul, ainda não totalmente duplicada. Sem falar na 282, com curvas perigosíssimas, cenário de tragédias com ônibus e caminhões. Agora a 470, que corta o Vale do Itajaí, é o palco do sofrimento dos catarinenses. A morte de Caio Bernardes, irmão do prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, foi a terceira deste ano na rodovia. Em 2013 foram 90 vidas perdidas.
COLUNISTA ROBERTO AZEVEDO – Notícias do Dia
Prevenção
Planejamento e prevenção são as apostas do governo do Estado para o início do ano letivo de 2014. Reunidos ontem, os secretários da Casa Civil Nelson Serpa (centro) e Educação Eduardo Deschamps (à dir.) acertaram os detalhes com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Marcos Oliveira (2º da esq. para a dir.), para que sejam feitas vistorias em todas as escolas estaduais. O objetivo é providenciar os reparos necessários para garantir a segurança no retorno dos estudantes em fevereiro. Neste ano, o governador Raimundo Colombo (PSD ) não quer saber de escola interditada na volta às aulas.
COLUNISTA CARLOS DAMIÃO – Notícias do Dia
Menos crimes
Em 2013, no período de 1º a 7 de janeiro, Santa Catarina já tinha registrado 22 homicídios dolosos, aquele com intenção de matar. Este ano, 2014, no mesmo período, a SSP anotou nove assassinatos. Destes, três foram praticados em Governador Celso Ramos, Imbituba e Florianópolis. Outros seis em cidades do interior do Estado. Sinal de que a crise da água e luz, e a presença de turistas, deixaram um rastro positivo para quem mora aqui.
Utopia
Muitos manifestantes que enfrentaram a Polícia Militar na segunda-feira têm perfis bem conhecidos nas redes sociais: além da crítica – legítima – à atuação dos políticos, são também defensores da desmilitarização da PM. Em suma, querem que a sociedade dispense o trabalho das forças policiais. Trata-se de uma conhecida utopia anarquista.
ASSUNTO: Violência no trânsito
VEÍCULO: Diário Catarinense
OBRA LENTA: 1.471ª morte na BR-470 traz à tona demora na duplicação
Morte do irmão do prefeito de Blumenau em acidente na rodovia reacende discussão sobre serviço
Em 13 anos e sete dias o Vale do Itajaí assistiu a 1.471 mortes na BR-470. O nome mais recente na lista de mortos da rodovia foi escrito às 19h50min de segunda-feira, quando Caio Vinícius Ody Bernardes, 37 anos, morreu no km 14,1 ao bater em uma carreta que vinha no sentido contrário, do Vale para o litoral.
Caio era irmão de Napoleão Bernardes Neto, prefeito de Blumenau. Ainda que não seja pessoa pública, o 1.471a drama familiar causada por um acidente no trecho traz à tona questões que interessam a pelo menos mais 532 mil moradores das cinco cidades por onde as obras de duplicação da BR-470 devem passar nos próximos quatro anos.
O trecho em que Caio morreu faz parte do Lote 1 da rodovia. O intervalo entre os quilômetros zero e 18,6, que vai de Navegantes a Ilhota, aguarda a assinatura da ordem de serviço para que as obras sejam iniciadas. Se a duplicação da BR-470 já estivesse pronta, o trecho onde Caio morreu teria um canteiro central ou, como diz o projeto básico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), teria um “elemento separador composto de canteiro central com 10,40 metros de largura”.
Barreira entre pistas é mecanismo a ser implantado
A barreira entre pistas é um mecanismo que, segundo o chefe da 4a Delegacia Metropolitana da Polícia Rodoviária Federal, Antonio Carlos Cunha, ajudaria a reduzir acidentes com colisões frontais e laterais, que somam 1,7 mil registros com 73 mortes entre 2011 e 2013 – o que corresponde a 23% do total de acidentes e a metade do total de mortes – somente no trecho que receberá a duplicação.
– Quando a pista é dupla, geralmente há uma barreira entre os sentidos. Ainda que os canteiros não defendam tanto quanto aqueles muros, eles geralmente têm guard rails.
Ainda que a contratação da empresa responsável pelo trecho tenha sido concluída em 10 de setembro de 2013, o DNIT não prevê uma data para assinatura da ordem de serviço. Apenas cita que deve ocorrer em janeiro.
Caio Bernardes, que voltava do Aeroporto de Navegantes onde tinha ido encontrar a mulher e o filho de oito anos, morreu em trecho no qual a pintura de faixas duplas indicando ultrapassagem proibida é a única separação entre as pistas. O agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Itajaí Ronaldo Almeida afirma que Caio não estaria ultrapassando, mas teria invadido a pista contrária onde trafegava uma carreta. De acordo com o agente, não chovia na hora do acidente. No ponto onde ocorreu a batida a faixa de acostamento é estreita e possui falhas. As condições da pista no local são boas. O irmão do prefeito Napoleão Bernardes conduzia um Sandero Renault branco e o motorista do caminhão, Celso Cordeiro dos Santos, 45 anos, saiu ileso do acidente.
Pai também morreu em acidente
A perda de Caio é a segunda da família Bernardes em um acidente numa rodovia. O pai do prefeito Napoleão, Acácio Bernardes, morreu em um acidente de trânsito na BR-101 no dia 29 de agosto de 1996. Acácio que atuava como advogado criminalista, viajava em um Tempra pela rodovia em Balneário Camboriú, quando colidiu com um caminhão.
Acácio foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Santa Catarina e recepcionava Leonel Brizola nas visitas a Blumenau. Chegou a ser candidato ao governo do Estado em 1986, mas perdeu as eleições para Pedro Ivo Campos (PMDB).
A perda do patriarca ruiu a sustentação da família. A esposa, Maria Célia Bernardes, era dona de casa, Caio tinha 20 anos e a irmã mais velha Célia Regina, 22. Ambos apenas estudavam e tiveram de trabalhar para manter a casa. O caçula, Napoleão, estava a um mês de completar 14 anos quando perdeu o pai.
Caio era casado e pai de Caio Pedro, 8 anos. Administrador, trabalhava no setor de compras e importação da Cremer, empresa blumenauense de artigos para saúde.
Caio foi velado ontem em Blumenau no Cemitério Jardim da Saudade e depois o corpo foi levado para Camboriú. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal de Camboriú.
ASSUNTO: Segurança nas praias
VEÍCULO: Diário Catarinense
VERÃO: Pulseirinhas ajudam a proteger
Começa amanhã nas praias de Florianópolis a distribuição de 10 mil fitinhas de identificação para crianças
Praias lotadas, guarda-sóis coloridos, muito calor e um mar com águas refrescantes. O cenário que parece perfeito também coloca em risco as crianças pequenas, que ainda não contam com um senso de direção apurado. Pensando nisso, cerca de 10 mil pulseiras de identificação serão distribuídas nas praias de Jurerê Internacional, Daniela, Ingleses e Canasvieiras, em Florianópolis, a partir de amahã.
A ação faz parte de um projeto piloto e conta com a parceria entre a Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas e a Secretaria de Defesa do Cidadão do município. A intenção é evitar que os pequenos se percam dos pais. O Corpo de Bombeiros tem um projeto semelhante e há cinco anos disponibiliza identificadores.
A pulseira conta com o nome dos responsáveis e os contatos telefônicos, facilitando a identificação e diminuindo o tempo em que os pequenos ficam sozinhos.
– O dano que uma criança desaparecida pode causar é grande, por ser um desaparecimento involuntário. A intenção é que isso não aconteça e que os traumas psicológicos sejam reduzidos – ressalta Andresa Ventura, Gestora de Projetos da Secretaria de Defesa do Cidadão de Florianópolis.
Além da distribuição de pulseiras, a ação também será focada na conscientização. Seis policiais da Delegacia de Desaparecidos e três guardas municipais vão para as praias conversar com as famílias, repassar orientações e entregar panfletos.
A ideia é estender o projeto para as demais praias da Capital, além de outras cidades do Estado. Na próxima semana, o titular da delegacia, Vanderlei Redondo, deve se encontrar com a secretaria do Meio Ambiente de Balneário Camboriú para definir datas de distribuição. Contatos com as cidades de Laguna, São Francisco do Sul e Itapema também já foram iniciados.
– Pretendemos levar o projeto para a Secretaria de Estado da Segurança Pública para fazermos um trabalho em conjunto com o Corpo de Bombeiros – conta Redondo.
O desafio do poder público é evitar que casos de crianças perdidas se transformem em casos de desaparecimentos. Nos últimos três meses foram registradas 12 ocorrências de crianças desaparecidas nas praias catarinenses.
ASSUNTO: Roubos na balada
VEÍCULO: Diário Catarinense
SHOW DE DAVID GUETA: Mais de 100 celulares são furtados
A delegacia de Polícia Civil de Canasvieiras, no Norte de Florianópolis, recebeu até a noite desta terça-feira mais de 100 queixas por furto de celular durante o show do DJ David Guetta, na madrugada de segunda-feira, no Music Park, em Jurerê. Foi a segunda vez que os fãs da música do francês foram surpreendidos pela ação de batedores de carteira.
Em Balneário Camboriú, a polícia abriu inquérito para apurar os furtos durante o show de sexta-feira na Green Valey, onde dezenas de pessoas ficaram sem o aparelho. Um casal foi preso pela polícia e 28 celulares foram recuperados.
Em Florianópolis, de acordo com a polícia, um homem de 48 anos foi detido na manhã de segunda com dois celulares e foi reconhecido por uma das vítimas que procurou a delegacia. Os furtos teriam ocorrido dentro do Music Park, que reuniu mais de 13 mil pessoas durante o evento.
A direção do empreendimento informou que havia aumentado o número de seguranças. Foram 450 funcionários contratados para a apresentação do DJ.
ASSUNTO: Violência no trânsito
VEÍCULO: Diário Catarinense
MANOBRAS PERIGOSAS: PM identifica BMW filmada em infração
A polícia identificou ontem as placas da BMW que aparece em um vídeo de flagrantes de direção perigosa em uma das rótulas mais movimentadas de Balneário Camboriú, na Rua 3.300.
O delegado Osnei Valdir de Oliveira, da Divisão de Investigações Criminais de Balneário Camboriú (DIC), afirma que o veículo é de Blumenau. Um inquérito será instaurado para identificar o motorista, que poderá responder processo por direção perigosa.
A punição dependerá da data em que o vídeo foi feito, pois o crime pode já ter prescrevido. A gravação mostra o motorista se arriscando em manobras perigosas. O vídeo, de autor desconhecido, foi compartilhado pelo aplicativo Whatsapp e chegou ao Facebook.
De acordo com tenente-coronel Marcelo Martinez Hipólito, comandante do 12o Batalhão da Polícia Militar em Balneário Camboriú, se comprovado que o crime não prescreveu, o motorista está sujeito a ter a carteira de habilitação suspensa.
ASSUNTO: Tráfico de drogas
VEÍCULO: Diário Catarinense
PREPARATIVOS DA COPA: Ministro diz que tráfico repercute mal
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou ontem que o tráfico de drogas “em qualquer lugar do mundo” repercute mal. A afirmação foi feita após questionamento sobre o fato de uma rede de televisão britânica ter mostrado traficantes brasileiros se preparando para a venda de drogas durante a Copa do Mundo deste ano.
– Não tem tráfico que possa repercutir bem. O que temos no Brasil é esforço de preparar não apenas a organização da Copa, mas a acolhida dos turistas, jornalistas, atletas. E vamos fazer isso da melhor maneira – disse Rebelo.
O ministro disse não ter tomado conhecimento do vídeo e diz que o Brasil precisa de providências contra o crime.
ASSUNTO: Polícia ambiental
VEÍCULO: Diário Catarinense
USINA DE MACHADINHO: Lago está infestado de piranhas
O lago da Usina Hidrelétrica Machadinho está infestado de Piranhas. O alerta é da Polícia Militar Ambiental, que realizou uma operação no local na semana passada. Segundo o comandante da corporação em Herval d’ Oeste, tenente Tatiano Cabral, em função da piracema, período de reprodução dos peixes, a polícia apreendeu redes e armadilhas no lago. Somente de rede foram mais de 500 metros recolhidos.
Em uma dessas armadilhas havia uma piranha juntamente com outras espécies (cascudos). O detalhe é que os cascudos haviam sido devorados. Conforme Cabral, com a ocorrência da piracema é comum a incidência de piranhas. Mesmo não sendo registrada nenhuma ocorrência de ataque de piranhas a seres humanos, a Polícia Militar Ambiental alerta aos banhistas para os riscos da prática de atividade aquática no lago.
– Fique atento, pois nessa época do ano aumenta bastante a ocorrência de piranhas – reforça Cabral.
Estudo feito entre os anos de 1995 e 2002 apontou duas espécies de piranhas no lago da Usina de Machadinho. Estes peixes são naturalmente agressivos. Pescadores legalizados reclamam que peixes estão sendo atacados pelas piranhas, o que pode provocar um desequilíbrio no ciclo reprodutivo. As redes e armadilhas recolhidas serão destruídas. O período da piracema encerra no próximo dia 31.
ASSUNTO: Helicóptero Arcanjo
VEÍCULO: Diário Catarinense
REPORTAGEM ESPECIAL: SOB A PROTEÇÃO DO ARCANJO
Helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina é o guardião da vida em ocorrências graves no Estado e já realizou pelo menos 2,6 mil missões desde que começou a operar em janeiro de 2010
Há quase quatro anos, o imponente helicóptero vermelho corta os céus catarinenses a mais de 200 km/h com apenas um objetivo: salvar vidas. Não é à toa que o Arcanjo recebeu esse nome quando iniciou os trabalhos de salvamento no dia 20 de janeiro de 2010. Lá de cima, seis pessoas monitoram diariamente as praias catarinenses na temporada para prevenir acidentes, fazer resgates e prestar o atendimento a vítimas em emergências em terra ou no mar.
O helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar do Estado e da Secretaria de Estado de Saúde é o único usado para as mesmas funções do Samu, mas com a possibilidade de procedimentos mais complexos. É acionado quando o tempo de deslocamento é mais eficiente por ar do que o de uma ambulância e quando a gravidade do acidente exige atendimento avançado, com equipamentos disponíveis para os primeiros socorros das vítimas.
O acionamento ocorre conforme a avaliação da central de triagem dos serviços de emergência que atendem pelos telefones 190 (Polícia Militar), 192 (Samu) e 193 (Bombeiros). Ou seja, nem sempre as ocorrências serão atendidas pelo Arcanjo e as estatísticas são consideradas separadamente das feitas pelos Bombeiros.
O Arcanjo realizou pelo menos 2,6 mil missões entre 20 de janeiro de 2010 e 2 de janeiro de 2014, com 2.278 pessoas socorridas. Entre as principais ocorrências estão acidentes de trânsito (651), emergência cardiovascular ou respiratória (375) e afogamento/acidente náutico (174). A equipe é formada por sete pessoas, sendo que uma serve como apoio em solo. Dentro do helicóptero vão o piloto – responsável pelas manobras aéreas –, um copiloto – que gerencia a ocorrência e faz o pedido de mais viaturas, motos aquáticas ou outro tipo de apoio para o atendimento –, um médico, um enfermeiro e dois tripulantes.
Em casos de afogamento que seja necessário resgatar as vítimas, um dos tripulantes serve como fiel, ou seja, orienta o piloto para as manobras e joga a puçá – uma espécie de cesto que auxilia no salvamento –, enquanto outro tripulante desce ao mar para auxiliar a vítima.
Segundo o comandante do Batalhão de Operações Aéreas dos Bombeiros, tenente-coronel Edupércio Pratts, que participa da equipe como piloto, o helicóptero é um apoio ao primeiro atendimento realizado pelos guarda-vidas nas praias em que eles estão presentes. Em acidentes de trânsito, por exemplo, em que uma ambulância não conseguiria chegar em curto espaço de tempo, o atendimento do Arcanjo se torna essencial.
Imprudência é sinalizada
O tenente-coronel Edupércio Pratts salienta que o Batalhão de Operações Aéreas dos Bombeiros costuma monitorar as praias que têm as correntes de retorno, conhecidas como repuxo.
– Quando avistamos pessoas próximas desses locais, fazemos sinais do helicóptero ou contatamos os guarda-vidas em terra por rádio para que eles alertem os banhistas – explica o comandante.
Pratts lamenta que a maior parte dos afogamentos ainda seja causada pela desobediência à sinalização colocada nos locais que apresentam perigo.
– Apesar de os guarda-vidas estarem presentes em 153 praias catarinenses e espalharem bandeiras vermelhas (que significam mar perigoso – não entre na água) nos pontos críticos, ainda é comum o atendimento de casos em que as pessoas entram em correntes de retorno, ignorando todos os avisos.
Pratts destaca que ainda há desconhecimento sobre o significado das bandeiras, principalmente por parte dos jovens, que não costumam interagir com os guarda-vidas para obter informações sobre as condições do mar.
E são justamente os repuxos uma das principais causas do acionamento da equipe do helicóptero, devido aos arrastamentos – quando a pessoa é puxada para longe da areia – e, consequentemente, dos afogamentos.
ASSUNTO: Presídio no Maranhão
VEÍCULO: Diário Catarinense
EDITORIAL: O HORROR ENCARCERADO
A divulgação de um vídeo de puro horror ao longo de dois minutos e 32 segundos, no qual detentos filmam e comemoram selvageria em presídio no Maranhão, é um indicador do quanto a sociedade está exposta aos criminosos por falhas do poder público. O que as imagens sintetizam, na verdade, é mais do que uma manifestação de extrema violência, é o sequestro do sistema penitenciário pelos próprios apenados. Maranhão é justamente o Estado no qual uma menina de seis anos morreu depois de ter o corpo queimado num ataque a ônibus supostamente comandado de dentro da mesma prisão. O Brasil se vê diante de criminosos que, além de apontados como comandantes de ataques externos à sociedade, se mostram capazes de comemorar decapitações de colegas com frieza inacreditável.
O episódio de São Luís acrescenta afronta e tragédia ao cenário macabro do sistema prisional brasileiro. Fatos semelhantes ocorreram em 2012 e 2013 em Santa Catarina, quando líderes presos determinaram ataques a coletivos, sem se preocupar com quem eram, afinal, seus ocupantes. Operários, idosos, mulheres, estudantes e crianças foram vítimas de investidas indiscriminadas, na mais covarde de todas as ações da criminalidade.
Agora, com as filmagens no Maranhão, que mostram três presos decapitados, fica evidente que prisões completamente degradadas brutalizam ainda mais delinquentes que se matam por desentendimentos em torno do controle de galerias e ainda emitem ordens para que os comparsas cometam assassinatos nas ruas.
Nada justifica o que as lideranças mais ferozes dos detentos cometem na prisão, e os autores de chacinas devem ser punidos com o rigor da lei e confinados à distância da sociedade. Mas é enganoso, como alertam os juízes responsáveis pela execução penal, pensar que penitenciárias transformadas em depósitos de presos são a melhor forma de punição para condenados considerados violentos ou irrecuperáveis.
Está comprovado que, ao contrário, quanto mais precária for a cadeia, maiores são os riscos de ter sua gestão assumida pelos detentos, com todas as distorções daí decorrentes. É assim que proliferam as guerras entre facções, os julgamentos sumários com decapitações e a total autonomia para que os chefes comandem, de dentro das celas, raptos, sequestros, assaltos e ataques a ônibus.
O caos prisional é a denúncia categórica das omissões dos governos e, em muitos casos, também da Justiça. Uma prisão em que 62 pessoas morrem num ano, como ocorreu no Maranhão, é a expressão do primitivismo. O adiamento de soluções faz com que as instituições se tornem cúmplices da multiplicação do horror nas suas mais variadas formas, dentro e fora das cadeias. A repetição de atos de violência extrema, como os ocorridos no Maranhão, denuncia a falência do sistema prisional e suas consequências para todos.
ASSUNTO: Arma de choque
VEÍCULO: Diário Catarinense
BASTÃO DE CHOQUE: Uso de arma por um guarda é investigado
Agente usou equipamento pessoal para conter manifestantes na Câmara
A Secretaria de Segurança de Florianópolis vai investigar o uso da arma de choque por um guarda municipal segunda-feira dentro da Câmara de Vereadores. O instrumento era de uso pessoal do agente e foi utilizado contra manifestantes que tentavam entrar no plenário para protestar contra a votação do Plano Diretor.
Segundo o secretário-adjunto municipal de Segurança, Júlio Pereira Machado, a corregedoria deve iniciar a investigação até o dia 17 para avaliar se a ação feriu algum preceito institucional da Guarda Municipal.
Entretanto, Machado disse que cogita a possibilidade de implantar a arma de choque entre os equipamentos básicos dos agentes, já que são treinados para operá-los. Hoje eles podem usar pistola, cassetete, gás de pimenta, algema e apito.
Para o especialista em segurança e coronel reformado do Exército, Eugênio Moretzsohn, o guarda municipal não deveria ter usado o bastão de choque no serviço, pois não faz parte do material da corporação.
Ele diz que se fosse utilizado fora do expediente para defesa, não haveria problema. No entanto, alerta que o uso irresponsável deste tipo de arma pode gerar um processo por lesão corporal.
ASSUNTO: CRIME NO OESTE
VEÍCULO: Diário Catarinense
Irmã de jovem morta sai do coma
Margarete Bortoli, 23 anos, saiu ontem da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste, na região Oeste de SC. Ela era irmã de Silvane Bortoli, encontrada morta em sua casa na última quinta-feira, em Saltinho. A polícia aguarda o depoimento de Margarete. Ela segue internada no hospital. Conforme a polícia, o uso de arma de fogo pode ter partido de Margarete ou de Vanderlei. Nos próximos dias, sairá o resultado do exame que vai apontar se há vestígios de pólvora nas mãos do marido.
Margarete estava em coma há cinco dias com ferimentos na cabeça depois de ter sido encontrada pelo irmão na casa onde mora. No mesmo dia e local, a irmã dela, Silvane, 20, foi morta com uma pancada na cabeça. O marido de Margarete, Vanderlei Kogh, 26, também foi encontrado na casa com um tiro na cabeça e morreu sexta-feira.