Clipping do dia 28 de junho

CLIPPING
28 Junho 2011
 
MÍDIAS DE SANTA CATARINA
 
Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Visor
Assunto: Secretária Ada de Luca
 
SECRETÁRIA DEVERIA PEDIR PRA SAIR
A secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, deveria pedir pra sair. Faltam-lhe condições para comandar a pasta que assumiu no início de maio. Ela não é uma técnica da área. É uma indicação política.
Representa a bancada do PMDB da Assembleia no governo Colombo. Apontá-la como única responsável pela atual crise seria uma visão simplista. Mas Ada foi nocauteada pelo sistema prisional.
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Na coletiva de ontem à tarde, trouxe um discurso por escrito. O desconforto era evidente. Pediu desculpas por ter desligado o celular durante 24 horas, desde a fuga no domingo. Disse que não queria falar antes de saber o que realmente tinha acontecido. Deu mostras de desconhecimento em relação ao funcionamento da estrutura e à mecânica do complexo da Trindade.
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A cada pergunta, pedia ajuda à sua equipe para responder. Longe dali, o diretor da penitenciária, Joaquim de Oliveira, falou em abandono da área ao colocar o cargo à disposição. O comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Newton Ramlow, disse que, se uma fuga já era inadmissível, duas eram sinal evidente de incompetência. Venderam gato por lebre.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Geral
Assunto: Greve do Magistério
 
Assembleia vai rejeitar MP
Encontro de líderes no Legislativo decide que medida provisória que estabelece novos salários de professores não será aprovada
A medida provisória (MP) que estabelece os novos salários dos professores, de acordo com a última proposta do governo, será rejeitada na próxima semana, quando chega à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa. Até lá, os deputados querem que o governo encaminhe um projeto de lei complementar estabelecendo as mudanças salariais.
 
A decisão foi tomada depois de uma reunião entre os líderes de bancada, ontem, com o presidente da casa, Gelson Merisio. Hoje, na CCJ, será arquivada a antiga MP, que determinava o pagamento do piso nacional de R$ 1.187 para cerca de 35 mil professores que não recebiam isso no salário-base. Na próxima terça-feira, é a vez da MP encaminhada semana passada ser rejeitada na CCJ.
Será pedido que o governo apresente um projeto de lei complementar. A expectativa é de que ele traga avanços em alguns pontos, como os valores percentuais da regência de classe – gratificação que compõe a remuneração dos professores –, reduzidos na última proposta, e que haja prazos definidos para recompor a tabela salarial do docentes, que também foi alterada.
O secretário adjunto, Eduardo Deschamps, afirmou que a mudança apresentada pela MP é a possível no momento, e uma melhora exigiria um trabalho a longo prazo.
– É complexo, é difícil, isso precisaria ser feito com um grupo de trabalho. Por isso, é preciso que os professores voltem para a sala de aula. Queremos construir algo definitivo mais para a frente.
Após a reunião, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) abordaram Merisio. Eles pediram para o presidente tentar, junto ao governo, o retorno das negociações. O deputado ficou de dar um retorno hoje aos professores.
– Acredito que, com o projeto de lei, as negociações sejam retomadas. Da mesma forma que eles me fizeram esse apelo, também pedi que voltassem às aulas – ressaltou.
De acordo com o secretário de organização do Sinte, Evandro Accadrolli, uma nova assembleia estadual, que pode votar pelo fim da greve, só deve ser marcada quando houver nova proposta. Hoje, haverá uma caminhada dos docentes pelas ruas do Centro da Capital. A concentração é às 14h, em frente à Catedral.
 
Adesão caiu, admite Sinte
A greve do magistério estadual – que começou com 90% de adesão dos professores – chegou, ontem, ao 41º dia do movimento, com 60% dos docentes sem voltarem para escolas. O levantamento é do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte). O governo apostava num retorno dos trabalhadores às escolas nesta semana, mas isto só ocorreu no Norte, Oeste, Meio-Oeste e Serra.
Já em Florianópolis, o quadro não se alterou em comparação à última semana. As escolas Jurema Cavallazzi, no Bairro José Mendes, e Aderbal Ramos, no Bairro Estreito, por exemplo, continuam 100% paradas. No Instituto Estadual de Educação, a situação é a mesma: do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do médio, os alunos continuam sem aulas. Do 1º a 5º ano do fundamental, apenas parte dos professores está dando aula. Dados do Sinte mostram que 75% dos professores continuam em greve.
Os sobrinhos de Luiza Eliza da Silveira passaram mais um dia em casa ontem. Os meninos moram com a tia no Bairro Trindade, na Capital, e cada um estuda numa escola. O mais novo, de cinco anos, frequenta o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, e o mais velho, de nove, o Simão José Hess. As duas escolas estão paradas.
– O mais velho já chegou a chorar pra ir pra aula, porque ele adora estudar. Essa situação está prejudicando as crianças. Fico preocupada que eles percam este ano – ressaltou Luiza.
De acordo com o Sinte regional, a adesão continua sendo de 80% dos docentes e 90% das escolas fechadas.
 
Volta com poucos alunos
O retorno das aulas na Escola Estadual Lauro Zimmermann, em Guaramirim, Norte do Estado, contou com um movimento baixo de alunos ontem. Conforme a diretoria do estabelecimento, cerca da metade dos 320 estudantes do turno da manhã atendeu o chamado para voltar.
A proposta da direção da unidade com a convocação é recuperar os 26 dias paralisados pelas duas interdições ocorridas nesse ano pela Vigilância Sanitária, devido a problemas na estrutura do prédio. Além disso, o ano letivo corre o risco de ser perdido devido à greve dos professores, que chega a 42 dias.
Na semana passada, o diretor, Ronaldo Guerra, convidou os professores interessados em retornar às salas de aula para recuperar as perdas. A expectativa é que pelo menos 20 dos 32 profissionais estivessem aderido ao convite, porém, no recomeço das atividades, só quatro atenderam.
Quinze professores em greve foram até o colégio para fazer uma reunião. Eles decidiram não retaliar a postura dos colegas que voltaram às classes.
Além dos professores que voltaram, cinco integrantes da diretoria se somaram aos colegas e assumiram a função de ministrar as aulas provisoriamente. Segundo o diretor, 12 turmas foram atendidas pela manhã.
 
Retorno é gradual no Meio-Oeste
Apenas duas cidades do Meio-Oeste catarinense já retomaram completamente as aulas na rede estadual. Em Jaborá e em Ibicaré, todos os professores voltaram ontem às salas.
Nas 13 cidades que integram a regional de Joaçaba, apenas 10 unidades de educação retomaram completamente as aulas. Em outras 19, os trabalhos são parciais.
É o caso da EEB Governador Celso Ramos, que é a maior de Joaçaba, com cerca de 800 alunos. De um total de 40 professores, 28 estão em greve. Ontem, as atividades continuavam em horários especiais.
Segundo dados da Gerência Regional de Educação (Gered), 20% dos 13 mil alunos da região sendo prejudicados, e 184 professores estariam em greve, de um total de 959 ativos.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Geral
Assunto: Dezesseis mortos nas rodovias de SC
 
Dezesseis mortos nas rodovias de SC
Apesar da queda no número de acidentes, mais pessoas perderam a vida
O balanço das Operações Corpus Christi da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar Rodoviária (PMRV) foi divulgado ontem. Dezesseis pessoas morreram nas rodovias estaduais e federais em Santa Catarina. O número é maior do que do feriados dos dois anos anteriores. Tanto 2009 quanto 2010 contabilizaram 11 mortes.
 
Com a fiscalização intensificada de quarta-feira à meia-noite de domingo, a PRF registrou queda em relação ao número de acidentes no ano passado nas rodovias federais. Em 2011, foram registrados 267 acidentes, uma redução de 5%. No total, 125 pessoas ficaram feridas – 16% a menos do que em 2010 – e cinco morreram. O número de mortes manteve-se igual ao último ano. As colisões frontais e atropelamento foram a principal causa de mortes, sendo responsáveis por quatro dos casos registrados de óbito.
A PRF concentrou os trabalhos na região da Grande Florianópolis e na área serrana, devido ao frio, que leva muitos turistas à Serra.
A PMRV, que cuida das estradas estaduais no Estado, manteve a operação até as 8h de ontem e registrou aumento no número de mortes. Foram 11 vítimas que morreram em acidentes nas SCs, o maior índice dos últimos três anos. Apesar disso, o número de acidentes e de feridos caiu na comparação com o mesmo anos. Foram 130 acidentes.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Geral
Assunto: Acidentes
 
Acidente na SC-401
O último acidente registrado dentro da operação Corpus Christi envolveu um motorista que seguia na contramão na SC-401, em Florianópolis, na manhã de ontem. O choque causou a morte de duas pessoas. Além de Suzana Lucena Reis, 51 anos, que morreu no local, Dolivar Delfini Filho, 73 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital. Ele era condutor do Chevette, um dos veículos atingidos. Segundo testemunhas, o motorista de um Gol branco, de 34 anos, vinha na contramão no sentido Centro-bairro, por cerca de um quilômetro. Ele acabou atingindo dois carros, um outro Gol e um Chevette, que não conseguiram desviar. O acidente ocorreu por volta das 7h da manhã. Outras cinco pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para o Hospital Celso Ramos.
 
Mulher é atingida por van na SC-413
Uma mulher de 45 anos morreu atropelada na madrugada de ontem em Massaranduba. Eloide Hastraiter, 45 anos, foi atingida por uma van que seguia de Guaramirim para Massaranduba na SC-413. O acidente foi às 4h. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a vítima estava de bicicleta, em direção à empresa onde trabalhava, pelo acostamento. Ela seguia no sentido contrário à direção da van. O acidente ocorreu próximo ao trevo que direciona para a SC-474. Eloide foi socorrida, mas já chegou sem vida ao Hospital São José, em Jaraguá do Sul.
 
Motociclista morre atropelado na Capital
Um motociclista morreu e outro ficou ferido após um acidente na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis, por volta das 11h de ontem. Rafael Barcelos Camacho, 28 anos, pilotava uma motocicleta e caiu ao bater na traseira de outra.
 
Um caminhão que seguia na pista ao lado não conseguiu parar e atingiu o motociclista. As motos seguiam pela marginal da avenida no sentido bairro-centro. Quando uma delas parou para entrar na via principal, a outra bateu atrás e o piloto foi lançado para a faixa onde estava o caminhão. O caminhoneiro não parou para prestar socorro.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Geral
Assunto: Verba para começar projeto do Rodoanel
 
Verba para começar projeto do Rodoanel
Em uma audiência pública na manhã de ontem, na Assembleia Legislativa, técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apresentaram novas atualizações do projeto para o Rodoanel da Grande Florianópolis.
Na solenidade, o deputado federal Edinho Bez (PMDB), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, que teve acesso ao novo projeto, disse que a meta agora é conseguir a verba com o governo federal. O orçamento ainda será divulgado pela ANTT nos próximos dias. A previsão de início é março 2012.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Cacau Menezes
Assunto: Fuga na penitenciária
 
Virou rotina
É evidente que a penitenciária de Florianópolis, localizada há décadas na Trindade, populoso bairro de gente ordeira, não pode mais permanecer onde está. A fuga de presos de um estabelecimento que deveria deixar reclusas pessoas que praticam os mais variados crimes, muitos deles hediondos, coloca em risco a segurança dos moradores da região e de toda uma cidade que há muito convive com a repetição da notícia de fugas em massa. Pensar em fuga é o que faz o detento, e pensar em deixá-los atrás das grades é o que deveria fazer a autoridade constituída para a missão. O que se vê é um pouco me importa se não tem porta, porque sabe de antemão que da penitenciária de Florianópolis, um arcaico prédio cuidado com medievais procedimentos, só não vai embora quem não quer.
Fechar as portas para impedir a entrada de presos, e somente assim eles não poderão fugir, é a única saída.
 
Moleza
Dos dois agentes prisionais que estavam de serviço na penitenciária quando houve a mais recente fuga em massa, um era policial militar da reserva, aposentado. Como diz o ilhéu: aí fica difícil, ô!
 
Tia Ada
Dos secretários do governador Raimundo Colombo, Ada de Luca é a que acumulou mais desgaste político desde que assumiu. Nunca se viu tanto preso e menor infrator fugindo, e, para piorar a situação, a secretária não tem se dado bem em entrevistas. Já chegou até a trocar o nome de um apresentador de TV ao vivo. Sem falar em algumas nomeações que fez para sua assessoria direta e que causaram surpresa até entre os amigos dos nomeados.
 
Pressão
Antes de colocar em prática qualquer punição ao Estado, o Ministério da Justiça quer primeiro fazer uma devassa no sistema prisional catarinense, onde, em menos de quatro meses, ocorreram 157 fugas e 11 mortes. Na opinião de técnicos, há verdadeiras arapucas. De passagem pela Ilha, a juíza Soraya Brasileiro Teixeira, que veio elaborar relato sobre a caótica situação dos presídios em Santa Catarina para o Conselho Nacional de Justiça, sai horrorizada com o que viu.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Moacir Pereira
Assunto: Fuga na penitenciária
 
Falta um gestor
O governador Raimundo Colombo atravessa um novo inferno astral com esta absurda fuga em massa do complexo penitenciário de Florianópolis, causando mais insegurança na sociedade. Uma população que já vive assustada com o aumento da criminalidade. Até policiais militares os traficantes estão executando, sem que uma autoridade maior se imponha e coloque ordem na casa. Já houve casos da Polícia Civil fechar as portas por medida de segurança. Seria cômico se não fosse trágico. O diretor demissionário da Penitenciária Estadual de Florianópolis, Joaquim Valmor de Oliveira, o Juca, é considerado, no sistema prisional, como um agente zeloso e competente.
Nos dois anos e dois meses em que permaneceu no cargo, não ocorreu nenhuma fuga. Ele deixou a direção porque “cansou” de pedir providências do governo para dar mais segurança no complexo. Vivia angustiado com a construção de um centro de triagem sem as mínimas condições de operação e que comprometia todo o complexo. Disse que o governo Leonel Pavan montou ali “uma bomba-relógio”. A OAB-SC denuncia há meses que o centro de triagem é totalmente equivocado na concepção, no projeto, na localização e na construção. Está tudo errado, dizem os advogados criminalistas. Foi inaugurado com objetivo eleitoreiro, apenas. Blumenau, Chapecó, Criciúma e outros municípios de Santa Catarina também clamam por mais segurança.
No setor saúde, o cenário só não é igualmente caótico porque o secretário Dalmo de Oliveira fechou um acordo salarial com os servidores. Mas os hospitais públicos continuam tendo carência de tudo. Seguem com excesso de pacientes nas emergências, transformadas em depósitos humanos. São obras que se arrastam por meses e anos. A educação dispensa comentários. A greve dos professores entra no 42º dia, e a impressão que fica é de falta de ação do governo. Primeiro, numa negociação real com os membros do magistério. Segundo, com medidas administrativas que eliminassem a situação precária de muitas escolas. O secretário da Educação, Marco Tebaldi, atuou muito pouco no processo, e o adjunto, Eduardo Deschamps, tinha mais limitações do que procuração ampla para avançar nas negociações.
 
 
AUSÊNCIA
Raimundo Colombo tem a imagem de um político educado, afável, diplomático. Não é de dar soco na mesa. É de paz e costuma tratar a todos, incluindo os adversários, com muito respeito e gentileza. O exercício do governo, contudo, exige com frequência intervenções mais fortes da autoridade. Durante sua ausência, o vice Eduardo Moreira assinou uma medida provisória impondo a nova tabela salarial aos professores. Colombo retornou da Europa e retirou a MP da Assembleia. Assessores sugeriram jogo duro e ele entrou com ação pedindo a ilegalidade da greve na Justiça.
Dias depois, retirou o processo. Ainda que não seja retrato da realidade, transferiu a impressão de ter perdido a bússola, de faltar-lhe um plano de voo, de comandar um navio que não saiu do porto ou, se saiu, está encalhado há seis meses. Esta segunda fuga em massa dos presos do complexo penitenciário acabou revelando outro problema: vácuo de poder, fenômeno registrado em outros episódios governamentais. Os fugitivos executaram a operação na madrugada de domingo. E só 15 horas depois o governo se manifestou com uma nota. Não surgiu, durante todo o domingo, uma única autoridade para falar em nome do governo. Ou para tranquilizar a população, revelar o que aconteceu, relatar as medidas adotadas e atender a imprensa. Colombo comanda uma estrutura com mais de 50 secretários, entre centrais e regionais, mas não conta com um primeiro-ministro, um secretário que coordene o governo, que cobre ações setoriais, que dê respostas concretas, que faça e aconteça. Está faltando um gestor.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Informe Político
Assunto: Fuga na penitenciária (Ada de Luca)
 
E agora?
A demora da deputada Ada de Luca, secretária de Justiça e Cidadania, em se manifestar sobre a fuga histórica do centro de triagem da Penitenciária de Florianópolis foi o tema mais comentado de ontem.
Ada levou exatas 24 horas para falar da fuga, sem considerar a que ocorreu no sábado. Colocou em xeque a sua condição de secretária. O governo tomará medidas administrativas para identificar responsabilidades. Depois das grandes fugas em quatro meses, a sociedade quer resultados.
 
Argumentos
A justificativa de que a ausência de dois agentes, entre os quatro que deveriam estar em serviço, favoreceu a fuga, é muito fraca.
O quarteto penitenciário faria frente aos 72 fugitivos?
 
 
Velho problema
A fragilidade do alambrado que circunda o complexo da Agronômica não é de hoje. Em reportagem de outubro de 1996, na RBS TV, o jornalista Ângelo Ribeiro e um cinegrafista acessaram o pátio da penitenciária pela parte dos fundos. Entraram no campo de futebol por um rombo na tela.
Não havia policiais nas guaritas, no limite com o Maciço do Morro da Cruz. A equipe circulou por uma dentro da penitenciária até ser abordada por policiais militares.
____________________________________________________________________________ Veículo: Diário Catarinense
Editoria: Reportagem Especial
Assunto: Fuga na penitenciária
 
O cenário não mudou
Da fuga de 7 de fevereiro para a de domingo nada foi feito para garantir mais segurança na central de triagem
As autoridades do sistema prisional catarinense não conseguiram explicar a falta de ações preventivas de segurança na central de triagem, em Florianópolis, localizada em uma área residencial no Bairro Trindade. No intervalo de 139 dias entre as duas fugas recordes este ano, não houve a construção de muro ou tela nem reforço de agentes ou câmeras no local.
As condições de estrutura eram praticamente as mesmas em 7 de fevereiro, quando 78 detentos fugiram, e no domingo, quando 78 escaparam. Nos mais de quatro meses entre uma e outra, o Departamento de Administração Prisional (Deap) não realizou melhorias no espaço a ponto de dificultar ou impedir que os presos fugissem novamente.
– Também estou achando muito ruim – respondeu a secretária da Justiça e Cidadania, Ada de Luca, ao ser indagada pelo DC dos motivos da inoperância nesse período.
Ada disse que a construção do muro ou de uma tela nos fundos do complexo não aconteceu por questões burocráticas de licitação. Constrangida com a fuga, ela declarou que espera, esta semana, a instalação de uma contenção nos fundos do terreno do complexo que dá acesso aos morros do Maciço.
Quanto ao inexpressivo número de agentes prisionais na central de triagem, o diretor do Deap, Adércio Velter, disse que quatro funcionários deveriam estar trabalhando no domingo, mas um faltou e o outro entrou em férias. Com isso, eram apenas dois para cuidar de 206 presos. Na escapada de fevereiro, também eram somente dois servidores cuidando dos detentos. Assim, nos dois episódios, terminaram facilmente rendidos.
Ada e Adércio taxaram como “falha de gestão” para o que aconteceu no domingo em relação aos agentes e anunciaram a abertura de uma sindicância. O diretor da penitenciária, Joaquim Valmor de Oliveira, responsável pela central de triagem, deixou o cargo na manhã de ontem. Ada afirmou que ele pediu para sair. Em seu lugar entrou o agente prisional e pedagogo Leandro Antonio Soares Lima, ex-gerente da Casa do Albergado.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de SC (Sintespe), Mario Antonio da Silva, classifica como negligência e omissão a ausência de medidas e ações. O representante da entidade a que estão filiados os agentes prisionais acredita que a intenção das autoridades é sucatear a unidade para entregá-la à iniciativa privada e terceirizar serviços. Ontem, a secretária Ada reconheceu que terá de contratar agentes terceirizados.
– Faltaram investimentos e iniciativas, e por falta de avisos não foi – observou Silva.
Ada afirmou que a existência da central de triagem no complexo é inadequada. Dali fugiram mais de 150 presos este ano. Em 2010, fugiram 70 detentos de todo o complexo da Trindade. Do total, haviam sido recapturados até ontem 93 detentos
Colombo prevê novo complexo em 11 meses
O governador Raimundo Colombo (DEM) fez uma nova promessa ontem: a de que irá construir um novo complexo penitenciário para a Grande Florianópolis num prazo de 11 meses, ou seja, até maio de 2012.
Segundo ele, será entre Paulo Lopes e Palhoça, num terreno a ser desapropriado. O governador garantiu que a atual área do Bairro Trindade não irá à venda e ficará sendo como de utilidade pública.
Na entrevista que concedeu à tarde, a secretária da Justiça e Cidadania, Ada de Luca, informou que o governo tem R$ 80 milhões para fazer a obra, mas que ainda procura um terreno para a construção. Ada relatou, ainda, que o governo quer uma área em Palhoça e que a nova prisão terá capacidade para 2 mil presos – ontem o complexo da Trindade abrigava 1,6 mil detentos. Ada disse que o tempo para a entrega da obra é de um ano e meio a dois anos, quase o dobro do prazo previsto pelo governador.
– A nossa dificuldade não é só de achar o terreno mais adequado, mas de a comunidade aceitar a nova construção – declarou, sobre as resistências das prefeituras em receber o complexo.
 
Uma fuga bem planejada
A falta de segurança e a criatividade dos presos foram alguns dos elementos que permitiram a fuga na tarde de domingo.
Pelo modo como ocorreu, foi um plano arquitetado há vários dias. Uma operação pente-fino no local na manhã de ontem mostrou artimanhas dos detentos para escapar.
Nas celas, os agentes encontraram duas serras divididas em quatro pedaços. Num deles, os presos usaram uma escova de dentes para fazer o cabo e evitar ferimentos na mão durante o trabalho de serrar a grade. Para não haver um flagrante da tentativa de fuga, os presidiários usaram fio de lã cinza enrolada em tubos de papel para substituir as grades que foram sendo retiradas uma a uma. Na operação, os agentes também localizaram dois telefones celulares, quatro facas de cozinha e sete espetos (um tipo de punhal caseiro montado com um pedaço de ferro). Para confeccionar todo esse material, eles utilizaram ferragens das camas e de ventiladores.
Um bilhete encontrado em uma das celas mostrou, ainda, que os presos conseguiam se comunicar mesmo estando em celas separadas. Eles também faziam contato durante os horários de banho de sol. O texto do bilhete revela a circulação de celulares no local.
“Gilberto, o Siganinho queria o chip da 84 emprestado. Mas eu falei que está com você. Daí, se quiser emprestar, ele falou que deixa outro com você de outra operadora. Daí, é tudo contigo. Só você numa resposta pra eu mandar um retorno lá pra ele”.
O texto foi assinado pelo preso Dentinho (Adriano Balthazar dos Santos), condenado a 20 anos de prisão, em abril, por homicídio e um dos fugitivos do domingo.
 
Diretor sai e desabafa
Após a fuga dos 72 detentos da central de triagem do Complexo Prisional da Trindade, o futuro da gestão do local começou a ser traçado numa reunião na manhã de ontem entre a secretária de Justiça e Cidadania, Ada de Luca; o diretor da penitenciária, Joaquim Valmor de Oliveira, e do diretor do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), Adércio Velter. No fim do encontro, Oliveira anunciou a entrega do cargo:
– Se continuar do jeito que está, fugas mais graves acontecerão.
A reunião começou por volta de 10h. Às 10h30min, assessores e o diretor do Deap saíram da sala, deixando Ada e Oliveira numa conversa a portas fechadas. A secretária aceitou o pedido feito por Joaquim e teria oferecido um cargo na própria pasta. Joaquim ficou de avaliar a proposta e não quis falar qual seria a sua nova ocupação. Depois da conversa, o diretor da penitenciária fez um desabafo após dois anos e dois meses à frente da função.
Sobre a central de triagem, que também estava sob o seu comando, disse ser um grande erro a instalação na área no complexo.
– Desde de o início sempre fui contra e avisei que ocorreriam fugas do jeito que estava. Era uma bomba sem a mínima segurança.
Na tarde de domingo, a triagem abrigava 206 detentos. No momento da fuga, apenas dois agentes penitenciários estavam de plantão. Segundo Oliveira, as normas de segurança exigem que haja, pelo menos, um agente para cada 10 detentos. As mesmas condições em que se encontrava o local desde a fuga histórica ocorrida em fevereiro.
– Mandamos vários ofícios para o Deap pedindo reforço. Não recebemos nada de retorno. Não veio nada do governo do Estado. Por conta própria, retiramos dinheiro do Fundo da Penitenciária para colocar câmera de vigilância – criticou Joaquim.
Um agente prisional que não quis se identificar reclamou das péssimas condições do Complexo:
– Se tu visse o estado da tela da unidade da máxima onde trabalho ficarias apavorado. É nesta unidade que está o Davi Schroeder (o Gângster, do PGC) e outros detentos de alta periculosidade.
 
BLOGS
 
Paulo Alceu
 
As fugas anunciadas
Alguma surpresa? Infelizmente a história se repete. E o pior, pouco ou quase nada foi feito desde a fuga de fevereiro último. Desculpe, foi feito sim. Desvincularam a Secretaria da Justiça da Secretaria de Segurança e realizaram audiência pública para saber o que fazer com a penitenciária. E o emblemático neste encontro é que autoridades responsáveis pelo futuro da área não sabiam que parte dela é tombada pelo Patrimônio Histórico. Em meio ano seis fugas registradas. Uma delas os agentes prisionais não tinham se dado conta, que seis sumiram. Indiscutivelmente o Complexo Penitenciário revela fragilidades é inoperante exige urgente uma solução e não debates e devaneios. Fecha, distribui os presidiários pelo Estado. Ação, determinação, coragem. Há sim problemas graves de gestão, desmotivação e irresponsabilidade. Ou vão esperar uma ação da Justiça aos moldes do São Lucas, que abrigava menores infratores, para daí tomar uma decisão de derrubar e fazer um novo. Se antecipem e ajam até porque daqui a pouco ficará pior e incontrolável enquanto a população fica cada vez mais insegura diante de criminosos em fuga, que certamente vão agir, dentro dos moldes que conhecem, para garantir a sobrevivência. Não há mais tempo para discursos e expectativas.
 
 
Reconhecimento
Ao nomear o novo diretor do Complexo Penitenciário de Florianópolis, Leandro Lima, a secretária de Justiça Ada de Luca reconheceu que houve problema de gestão e de falta de comunicação. Um inquérito foi aberto e anunciadas melhorais provisórias. Só para lembrar ainda não saiu o resultado da sindicância sobre a fuga de 72 presos em fevereiro deste ano. Vamos esperar uma nova debandada?
 
Moacir Pereira
 
Presídio: “Tudo errado”
O governador Raimundo Colombo atravessa um novo inferno astral com esta absurda fuga em massa do complexo penitenciário de Florianópolis, causando mais insegurança na sociedade. Uma população que já vive assustada com o aumento da criminalidade. Até policiais militares os traficantes estão executando, sem que uma autoridade maior se imponha e coloque ordem na casa. Já houve casos da polícia civil fechar as portas “por medida de segurança”. Seria cômico se não fosse trágico.
O diretor demissionário da Penitenciária Estadual de Florianópolis, Joaquim Walmor de Oliveira, o Juca, é considerado no sistema prisional como um agente zeloso e competente. Nos dois anos e seis meses em que permaneceu no cargo não ocorreu nenhuma fuga. Ele deixou a direção porque “cansou” de pedir providências do governo para dar mais segurança no complexo. Vivia angustiado com a construção de um Centro de Triagem sem as mínimas condições de operação e continuava a comprometer todo o complexo. Disse claramente que o governo Leonel Pavan montou ali “uma bomba relógio”. A OAB-SC denuncia há meses que o Centro de Triagem é totalmente equivocado na concepção, no projeto, na localização e na construção. Está tudo errado, dizem os advogados criminalistas. Foi inaugurado com objetivo eleitoreiro, apenas.
Blumenau, Chapecó, Criciúma e outros municípios de Santa Catarina clamam por mais segurança.
No setor saúde, o cenário só não é igualmente caótico porque o secretário Dalmo de Oliveira conseguiu fechar um acordo salarial com os servidores. Mas os hospitais públicos continuam tendo carência de tudo. Continuam com excesso de pacientes nas emergências, transformadas em depósitos humanos. São obras que se arrastam por meses e anos.
A educação dispensa comentários. A greve dos professores entra no 41º.dia e a impressão que fica é de falta de ação do governo. Primeiro, numa negociação real com os membros do magistério. Segundo, com medidas administrativas que eliminassem a situação precária de muitas escolas. O secretário da Educação, Marco Tebaldi, atuou muito pouco no processo, e o adjunto Eduardo Deschamps tinha mais limitações do que procuração ampla para avançar nas negociações.
 
Cláudio Prisco
 
Cobrança
A Comissão de Defesa Civil do Senado recebe hoje o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), em audiência pública. Ele será questionado sobre os procedimentos para liberação de recursos em caso de catástrofe, o que normalmente leva muito tempo.
Relator da comissão, Casildo Maldaner quer a criação de um Fundo para Defesa Civil, com o não contingenciamento dos recursos destinados ao atendimento dos municípios atingidos. E também reivindica critérios mais rigorosos na distribuição das verbas, sempre mais voltadas para os Estados nordestinos.

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