A Associação dos Oficiais Militares de Santa Catarina, que congrega os oficiais superiores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, marcou reunião da diretoria para a próxima terça-feira, 3 de novembro. Prepara-se para nova mobilização. Apoia os benefícios conferidos aos delegados, mas também reivindica tratamento isonômico. Nos bastidores da corporação, a insatisfação é crescente. Pelo teto, que reduz a remuneração de até R$ 18 mil em salário líquido de R$ 5 mil ou R$ 6 mil; pelo descompasso salarial e institucional entre a Polícia Civil e a Polícia Militar; e pela crescente politização da instituição militar.
O abono aos delegados será pago com recursos do Fundo de Melhorias da Segurança Pública. É outra anomalia dentro do governo. Os R$ 290 milhões arrecadados por ano têm uma distribuição essencialmente política e merece críticas frequentes dos militares. Desse total, 33% são destinados à Polícia Militar, que trabalha com 13 mil homens, atende 293 municípios e garante a segurança da população 24 horas por dia. Outros 20% vão para a Polícia Civil, mais 15% para o sistema penitenciário, 5% para o Corpo de Bombeiros. E ? este é o ponto crítico ? 23%, para o gabinete do secretário de Segurança. Isto significa mais de R$ 64 milhões. O balanço eleitoral é revelado na Assembleia. Ronaldo Benedet obteve 27.923 votos em 2002. Ficou como terceiro suplente de deputado estadual. Em 2006, pulou para 60.571 votos. Foi o segundo mais votado do Estado.
Politização e partidarismo que estariam contaminando, também, a Polícia Militar. Começou com a anistia concedida pelo governador ao sargento Amauri Soares, depois de punido pelo conselho disciplinar da corporação e atingindo até a carreira. Suboficiais e oficiais precisam apelar até a deputados para serem promovidos, em detrimento do critério de merecimento e da contagem de pontos adotado pela corporação em toda sua história.